sexta-feira, 27 de julho de 2012

Oração Subordinadas

ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA

Um período pode ser composto por coordenação ou por subordinação. Quando é composto por coordenação, as orações possuem uma independência estrutural, podendo vir separadamente sem prejuízo. Já no período composto por subordinação, as orações são dependentes entre si por meio de suas estruturas.

Há três tipos de orações subordinadas: As substantivas, as adjetivas e as adverbiais. Trataremos aqui especificamente sobre o primeiro tipo:
Orações Subordinadas Substantivas
São orações que exercem a mesma função que um substantivo, na estrutura sintática da frase.
Exemplo 1:
- A menina quis um sorvete. (período simples)
A menina = sujeito;
Quis = verbo transitivo direto;
Um sorvete = objeto direto;

Temos duas posições na frase anterior em que podemos usar um substantivo: o sujeito (menina) e o objeto direto (sorvete). Nessas mesmas posições podem aparecer, em um período composto, orações subordinadas substantivas.
Dependendo de onde elas apareçam e da função que elas exerçam, poderemos classificar como Subjetiva (função de sujeito) ou como Objetiva direta (função de objeto direto).
Sendo assim, notamos que:

- A menina quis que eu comprasse sorvete. (período composto)
A menina = sujeito;
Quis = verbo transitivo direto;

Que eu comprasse sorvete = Oração subordinada substantiva Objetiva direta
E ainda em:

- Quem me acompanhava quis um sorvete. (período composto)
Quem me acompanhava = oração subordinada subjetiva;
Quis = verbo transitivo direto;
Um sorvete = Objeto direto;

Além das posições de sujeito e objeto direto, as orações subordinadas substantivas podem exercer a função de um predicativo, de um objeto indireto, de um aposto e de um complemento nominal.
Portanto podemos ter oração subordinada substantiva de 6 tipos:

1. Subjetiva: ocupa a função de sujeito.
Exemplos:
- É preciso que o grupo melhore.
Verbo de Ligação + predicat. + O. S. S. Subjetiva
- É necessário que você compareça à reunião.
VL + predicat. O. S. S. Subjetiva
- Consta que esses homens foram presos anteriormente.
VI + O. S. S. Subjetiva
- Foi confirmado que o exame deu positivo.
Voz passiva O. S. S. Subjetiva

2. Predicativa: ocupa a função do predicativo do sujeito.
Exemplos:
- A dúvida é se você virá.
Suj. + VL + O. S. S. Predicativa
- A verdade é que você não virá.
Suj. + VL + O. S. S. Predicativa

3. Objetiva Direta: ocupa a função do objeto direto. Completa o sentido de um Verbo Transitivo Direto.
Exemplos:
- Nós queremos que você fique.
Suj. + VTD + O. S. S. Obj. Direta
- Os alunos pediram que a prova fosse adiada.
Sujeito + VTD + O. S. S. Objetiva Direta

4. Objetiva Indireta: ocupa a função do objeto indireto.
Exemplos:
- As crianças gostam (de) que esteja tudo tranqüilo.
Sujeito + VTI + O. S. S. Objetiva Indireta
- A mulher precisa de que alguém a ajude.
Sujeito + VTI + O. S. S. Obj. Indireta

5. Completiva Nominal: ocupa a função de um complemento nominal.
Exemplos:
- Tenho vontade de que aconteça algo inesperado.
Suj. + VTD + Obj. Dir. + O. S. S. Completiva Nominal
- Toda criança tem necessidade de que alguém a ame.
Sujeito + VTD + Obj. Dir. + O. S. S. Comp. Nom.

6. Apositiva: ocupa a função de um aposto.
Exemplos:
- Toda a família tem o mesmo objetivo: que eu passe no vestibular.
Sujeito + VTD + Objeto Direto + O. S. S. Apositiva

terça-feira, 17 de julho de 2012

Conteúdos prévios para o estudo sobre Oração Subordinada Substantiva

Sujeito
É o termo da oração do qual se afirma ou se nega algo.
Exemplos:
João andava de bicicleta.
Machado de Assis escreveu “Dom Casmurro”

O núcleo do sujeito é a palavra principal, que encerra a essência de sua significação.
Exemplo:
Os cravos brancos embelezam os campos. (a palavra cravos é o núcleo do sujeito)
Predicado é tudo que se afirma do sujeito. Na análise de uma oração, destacamos o sujeito e tudo o que restar, exceto o Vocativo, será predicado.
Exemplos:
Alberto agiu com calma.
Caiu a prateleira da parede.
Chove.
TIPOS DE SUJEITO:
Sujeito Simples é aquele com só um núcleo.

Exemplos:
Quem descobriu o Brasil?
As flores morreram.

Sujeito Composto é aquele que tem mais de um núcleo
Exemplos:
O rapaz e a moça estavam namorando.
Demitiram o gerente e o vendedor.
Sujeito Elíptico (ou oculto) é aquele não expresso e que pode ser determinado pela desinência verbal ou pelo contexto.
Exemplos:
Levantarei cedo. (sujeito oculto: eu)
Comeu e foi embora. (sujeito oculto: ele)
O médico chegou ao hospital. Realizou varias cirurgias e voltou para casa. (sujeito elíptico: o médico)
Sujeito Indeterminado é aquele que existe, mas não podemos ou não queremos identifica-lo com precisão.
Ocorre em 2 casos:
Quando o verbo está na 3a pessoa do plural, sem referência a nenhum substantivo anteriormente expresso.
Exemplos:
Anunciaram a morte do governador.

Com verbo: intransitivo (VI), transitivo indireto (VTI) ou de ligação (VL) acompanhados da partícula SE chamada de índice de indeterminação do sujeito (IIS).
Exemplos:
Vai-se à chácara por este caminho.  (VI)
Precisa-se de balconistas. (VTI)
Vive-se bem. (VI)
Falava-se alto. (VI)
Era–se feliz naquele tempo.(VL)
Orações sem sujeito são orações cujos verbos são impessoais, com sujeito inexistente.
Ocorrem nos seguintes casos:
Com verbos que se referem a fenômenos meteorológicos.
Exemplos:
Ventava muito durante o dia.
Anoitece mais tarde no verão.
Chovia naquela tarde.
Com o verbo HAVER no sentido de existir ou a tempo decorrido.
Exemplos:
Havia crianças correndo. (=existiam crianças)
Há dois meses não o vejo (=tempo decorrido)
Com o verbo Houve no sentido de ocorreram.
Exemplos:
Houve vários acidentes. (Ocorreram vários acidentes)
Com o verbo FAZER referindo-se a fenômeno meteorológico ou a tempo decorrido.
Exemplos:
Fazia 32° à noite. (FAZER referindo-se a fenômenos meteorológicos)
Faz doze anos que não o vejo. (FAZER referindo-se a tempo decorrido)
Com o verbo SER referindo-se a datas, horas e distância.
Exemplos:
Hoje é dia 10. (Referindo-se à data)
É uma hora. (Referindo-se à hora)
São quatro horas. (Referindo-se à hora)
Daqui ao meu colégio são quatro quarteirões. (Referindo-se à distância)
LEMBRE-SE:
Os verbos que se referem a fenômenos meteorológicos podem, em linguagem figurada, ser empregados como verbos pessoais.
Exemplos:
Confetes choviam sobre as meninas. (Confetes=sujeito de chover)
Eles trovejavam de tanta raiva. (Eles=sujeito de trovejaram)
Pedro amanheceu morto (Pedro=sujeito de amanheceu)
A oração “Houve grandes festas” não tem sujeito (trata-se de uma oração sem sujeito); todavia, na oração “Existiram grandes festas” o sujeito é grandes festas. O verbo existir é pessoal, admitindo sujeito.
Os verbos impessoais, isto é, sem sujeito devem permanecer na 3a Pessoa do singular. Observe os verbos HAVER E FAZER. Se estes verbos vierem formando uma locução verbal com outro verbo (verbo auxiliar: dever, poder, costuma, começar a, continuar a, etc) este outro fica impessoal ficando na terceira do singular.
Exemplos:
Deve haver duas mil pessoas.
Vai fazer um ano que não o vejo.
Costuma haver muitas festas aqui.
Há de haver esperanças.
O verbo ser impessoal concorda com o predicativo (è o único caso em que podemos encontrar um verbo impessoal no plural)
Exemplo:
Hoje são 12 de abril.
Eram oito horas quando chegamos.

Complemento nominal
Em análise sintática, é um termo integrante, referente a substantivo, adjetivo e advérbio, que completa o sentido de um nome.
Complemento nominal é a parte paciente, podendo ser representada.
Exemplo: "João ficou à disposição…
A pergunta inevitável é: de que? ou de quem? A resposta (da empresa, da Justiça, da família, da escola, etc.) é um complemento nominal, porque completa o sentido de um nome (à disposição).
Outros exemplos: "Faz tempo que não tenho notícia de Joaquim" "Sou favorável à sua promoção". "Tenho esperança de que seus planos deem certo".
Os termos assinalados completam o sentido de nomes (notícia - substantivo - e favorável - adjetivo). O complemento nominal pode ser até uma oração, classificada como "subordinada substantiva completiva nominal", que completa o sentido de um substantivo, adjetivo ou advérbio da oração subordinante: "Tenho esperança de que ele venha".
A oração subordinada completa o sentido do substantivo esperança. Repare que esse tipo de oração é sempre introduzido por uma preposição, clara ou subentendida (no exemplo, a preposição "de").
Como o próprio nome já diz, o complemento nominal completa o sentido da frase.
Ex.: "Está difícil o pagamento das dívidas" das dívidas completa o sentido da frase.
E também, para finalizar, devemos saber que o termo preposicionado para ser complemento nominal terá que estar ligado a um substantivo abstrato que seja o receptor, o alvo da ação. No exemplo dado acima "pagamento" é um substantivo abstrato, pois precisa de algo para existir, e "das dívidas" é o complemento nominal, pois as "dívidas" é o agente receptor/alvo da ação, as "dívidas" estão sendo o ALVO do pagamento. O complemento nominal pode ser substantivo, adjetivo, advérbio ou expressão ou oração.

OBJETO DIRETO E INDIRETO
O objeto direto e o indireto são termos integrantes da oração que completam o sentido dos verbos transitivos.

Objeto direto

- vem sempre associado a um verbo transitivo;
- liga-se ao verbo sem preposição, exigida por este;
- indica o paciente, o alvo ou o elemento sobre o qual recai a ação verbal.

Ex.:     Maria         vendia            doces.
             sujeito      v.trans. direto     obj.direto
          As crianças      esperavam    os pais.
                sujeito           v. trans.direto    obj.direto

Objeto direto preposicionado

O objeto direto pode vir precedido de preposição: é chamado objeto direto preposicionado. Tal preposição ocorre por razões várias e não pela exigência obrigatória do verbo.

Ex.:     Estimo aos meus colegas. ( estimar: verbo transitivo direto, a preposição surge como um recurso enfático e não porque o verbo a exija.)

Objeto indireto

- vem sempre associado a verbo transitivo;
- liga-se ao verbo através de preposição exigida por este;
- indica o paciente ou o destinatário da ação verbal.

Ex.:    Davi    gosta                 de música.
         sujeito   v.trans. indireto     obj.indireto

          A professora não    confia            em seus alunos.
                 sujeito                  v.trans. indireto       obj.indireto


Núcleo do objeto

O núcleo do objeto é representado por um substantivo (ou palavra com valor de substantivo).

a) substantivo:   Ana     comprou           chocolate.
                                 sujeito   v. trans. direto     obj.direto

b) pronome substantivo:  O chefe      confia          em nós.
                                                 sujeito     v. trans.indireto   obj.indireto


c) palavra substantivada:  Ele       esperava       um tchau.
                                                  sujeito    v. trans.direto    obj. direto

O objeto pode ser constituído por pronome oblíquo:

- os pronomes o, a, os, as atuam como objeto direto.
                    v.trans.direto
Ex.:    O pai deixou-as na escola.
                                   obj.direto

- os pronomes lhe, lhes atuam como objeto indireto.
                          v.trans.indireto
Ex.:     A notícia interessava-lhes.
                                                   obj.indireto

Os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos podem atuar como objetos diretos ou indiretos, de acordo com a transitividade verbal.

         v.trans.direto
Ex.:   Elegeram-me representante da classe.
                             obj.direto
v. trans. direto e indireto
Mostraram-nos               um mundo inacreditável.
                     obj.indireto      obj.direto

Por Marina Cabral
Especialista em Língua Portuguesa e Literatura
Equipe Brasil Escola

Aposto

Aposto é um termo acessório da oração que se liga a um substantivo, tal como o adjunto adnominal, mas que, no entanto sempre aparecerá com a função de explicá-lo, aparecendo de forma isolada, ora entre vírgulas, ora separado por uma única vírgula no início ou no final de uma oração ou ainda por dois pontos.
Existem sete tipos de aposto: O aposto explicativo, o aposto enumerativo, o aposto especificativo, o aposto distributivo, aposto oracional, aposto comparativo e o aposto recapitulativo (resumidor). Na norma culta é permitido utilizar qualquer um dos apostos também entre parênteses ou entre dois travessões e outros tipos de adjunto.

Aposto explicativo

É aquele que explica o termo do estudado. É acompanhado por vírgulas. Exemplo:
  • Hagar, o terrível.
  • Helena, a menina que encontramos, estava triste.
  • A morte, angústia de quem vive, ocorre ao acaso.
  • ECA ( estatuto da criança e do adolescente).

Aposto enumerativo

É aquele utilizado para enumerar dados relacionados ao termo fundamental.
Exemplo:
  • Mario possui quatro filhas: Janaína, Vitória, Bruna e Karine.
  • Tenho três amigos: José, Marcos e André.
  • A pesquisa analisou dois grupos: crianças e adolescentes.

Aposto especificativo

É aquele que especifica o termo a que se refere. Não é acompanhado de vírgulas.
Exemplo:
  • A melhor praia de Salvador é a de São Tomé.
  • A cidade de São Paulo é muito famosa.
Observe, no entanto, a diferença entre As ruas de São Paulo (Adjunto adnominal) e A cidade de São Paulo (Aposto especificativo). No aposto especificativo, há uma ideia de igualdade de termos, ou seja, "A cidade" = "São Paulo", o que não ocorre em As ruas de São Paulo (paulistanas).

Aposto distributivo

É aquele que distribui as informações de termos separadamente. Geralmente, utilizado com ponto e vírgula.
Exemplo:
  • Henrique e Núbia moram no mesmo país; esta na cidade do Porto, e aquele, na cidade de Lisboa.

Aposto oracional

É o aposto que possui um verbo.
Exemplo:
  • Desejo uma única coisa: que plantem novas árvores.
  • Ele me disse apenas isso: 'a nossa sociedade acabou

Aposto Resumidor (Recapitulativo)

É o aposto que resume toda a oração.
Exemplo:
  • Trocar fraldas, amamentar, limpar o nariz, acordar de noite, tudo exige paciência.
  • Vento, chuva, neve, nada o impediu de cumprir sua missão.

Aposto Comparativo

É o aposto que compara. Geralmente entre vírgulas.
  • A inflação, que parece um monstro devorador dos salários, é sempre uma ameaça à estabilidade econômica do país.

Vocativo

Dentro da sintaxe, o vocativo é um termo de natureza exclamativa, que tem como função chamar alguém ou alguma coisa personificada. É o único termo isolado dentro da oração, pois não se liga ao verbo nem ao nome. Não faz parte do sujeito nem do predicado. A função do vocativo é chamar ou interpelar o elemento a que se está dirigindo. É marcado por sinal de pontuação e admite anteposição de interjeição de chamamento.

Exemplos

  • "Tenho certeza, amigos, de que isso vai acabar bem."
  • "Ide lá, rapazes!"
  • "José, venha cá."
  • "wallisson', vamos logo!"
  • "Camila, saia daí!"
  • "Isabel, olhe aqui!"
  • "Deus, tenha piedade de nós!"

Predicativo do sujeito

É o termo ou expressão que complementa o sujeito, conferindo-lhe ou um atributo ou uma referência.
O predicativo do sujeito apresenta duas características básicas:
  • acompanha o verbo de ligação;
  • pertence ao predicado nominal
A formação do predicativo do sujeito pode ser feita através de um substantivo, ou adjetivo, ou pronome, ou numeral, ou ainda uma oração substantiva predicativa.
Exemplos:
  1. Paciência e respeito são virtudes ignoradas nos dias de hoje.
...[predicativo: substantivo]
  1. As crianças pareciam envergonhadas aos olhos do viajante.
...[predicativo: adjetivo]
  1. O meu medo sempre foi que ela me encontrasse aqui.
...[predicativo: oração substantiva adjetiva]
A maneira mais prática de se identificar o predicativo do sujeito é excluir o verbo da oração e verificar se continua a existir uma unidade de sentido.
Exemplo:
  1. O verão foi chuvoso, o outono frio!
...[houve a exclusão do verbo de ligação, mantendo a unidade significativa: "o outono foi frio"]

Referências

  1. Paulo Cavalcante (13/10/2008). Termos Acessórios da Oração. Recanto das Letras. Página visitada em 07/03/2010.
  2. a b c d Domingos Paschoal Cegalla. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa (em Português). 46ª ed. [S.l.]: Companhia Editorial Nacional, 2007. 693 p. p. 363-367. 85-04-00789-8
  3. a b Adjunto Adnominal. Info Escola (21/08/2009). Página visitada em 07/03/2010.